
Resumo da 3ª Conferência
Aprender com os apóstolos a transmitir a fé
Resumo do 3º encontro
1.A evangelização deve ter em conta a cultura dos destinatários
A evangelização encarna-se na cultura dos ouvintes. Vemos esta pedagogia particularmente no discurso de Paulo em Atenas.
Do livro dos Atos dos Apóstolos Atos 17, 16-34
Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o espírito fremia-lhe de indignação, ao ver a cidade repleta de ídolos. 17Discutia na sinagoga com os judeus e prosélitos e, na praça pública, todos os dias, com os que lá apareciam. 18Até alguns filósofos epicuristas e estóicos trocavam impressões com ele. Uns diziam: «Que quererá dizer este papagaio?» Outros: «Parece que é um pregoeiro de deuses estrangeiros.» Isto, porque Paulo anunciava a Boa-Nova de Jesus e a ressurreição. 19Levaram-no com eles ao Areópago e disseram-lhe: «Poderemos saber que nova doutrina é essa que ensinas? 20O que nos dizes é muito estranho e gostaríamos de saber o que isso quer dizer.» 21Na verdade, tanto os atenienses como os estrangeiros residentes em Atenas não passavam o tempo noutra coisa, senão a dizer ou a escutar as últimas novidades.
Discurso no Areópago - 22De pé, no meio do Areópago, Paulo disse, então: «Atenienses, vejo que sois, em tudo, os mais religiosos dos homens. 23Percorrendo a vossa cidade e examinando os vossos monumentos sagrados, até encontrei um altar com esta inscrição: ‘Ao Deus desconhecido.’ Pois bem! Aquele que venerais sem o conhecer é esse que eu vos anuncio. 24O Deus que criou o mundo e tudo quanto nele se encontra, Ele, que é o Senhor do Céu e da Terra, não habita em santuários construídos pela mão do homem, 25nem é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa, Ele, que a todos dá a vida, a respiração e tudo mais. 26Fez, a partir de um só homem, todo o género humano, para habitar em toda a face da Terra; e fixou a sequência dos tempos e os limites para a sua habitação, 27a fim de que os homens procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo, mesmo tateando, embora não se encontre longe de cada um de nós. 28É nele, realmente, que vivemos, nos movemos e existimos, como também o disseram alguns dos vossos poetas: “Pois nós somos também da sua estirpe”’ 29Se nós somos da raça de Deus, não devemos pensar que a Divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e engenho do homem. 30Sem ter em conta estes tempos de ignorância, Deus faz saber, agora, a todos os homens e em toda a parte, que todos têm de se arrepender, 31pois fixou um dia em que julgará o universo com justiça, por intermédio de um Homem, que designou, oferecendo a todos um motivo de crédito, com o facto de o ter ressuscitado de entre os mortos.» 32Ao ouvirem falar da ressurreição dos mortos, uns começaram a troçar, enquanto outros disseram: «Ouvir-te-emos falar sobre isso ainda outra vez.» 33Foi assim que Paulo saiu do meio deles. 34Alguns dos homens, no entanto, concordaram com ele e abraçaram a fé, entre os quais Dionísio, o areopagita, e também uma mulher de nome Dâmaris e outros com eles.
2. Sinais de Deus que podem ajudar os atenienses a acreditar
Paulo procura conhecer o terreno e escutar as pessoas. Inicia com uma saudação positiva de forma a captar a benevolência. Deus é o Criador do universo e o autor da vida humana (Sl 8). Está próximo, n’Ele vivemos, nos movemos e existimos. O Deus desconhecido, próximo e distante, mostrou o seu rosto na história de Jesus de Nazaré, sobretudo na sua morte e ressurreição. Leva a compreender o Crucificado na luz da Ressurreição, no contexto da esperança de uma nova vida.
3. A Igreja como sinal fundamental?
O Concílio Vaticano II, apresenta a Igreja como sacramento ou sinal fundamental (LG 1). Sê-lo-á? A sua vida, a caridade, a liturgia, o canto, a atividade social, são sinais? Os numerosos santos, falam do mistério de Deus. Segundo o Papa Francisco, neste mundo doente a Igreja, para ser sinal de Cristo, precisa de se tornar “um hospital de campanha”. Deste modo, não pode imitar-se a ser uma Igreja de missas e de manutenção. Mas sinal e instrumento de cura, de solidariedade, de unidade e de fraternidade entre os homens.
4. O sinal das Igrejas vazias
As Igrejas vazias não mostrarão o vazio do cristianismo? Revelam que temos cultivado um cristianismo exterior, de celebração de sacramentos, de presença nas grandes celebrações, certamente com aspetos positivos, mas insuficientes para orientar a vida cristã de discípulo e missionário. Muitos cristãos instalados nos mínimos (“já tirei os sacramentos”), vão depois abandonando a prática e acabam por se confessar agnósticos.
- Como promover a fé pessoal e adulta dos nossos cristãos?
5.Sinais de procura
Bastantes pessoas, concretamente jovens, encontram resposta à procura de espiritualidade, identidade, integração e relação comunitária em grupos e movimentos católicos (Taizé; Convívios Fraternos; Missão País).
- Como fomentar estes grupos? (bíblicos, de ação social; de encontro e diálogo) relacionados com a comunidade
6.Que aprendemos com os apóstolos e com São Paulo na evangelização?
• - A nível de escuta, do acolhimento e da captação da benevolência? Que sinais de Deus descobrimos na nossa civilização? Como pode o catequista ler e ajudar a ler estes sinais?
• - Como ultrapassar a falta crónica de recursos humanos e pastorais (falta de padres e de colaboradores)? Como pode a sinodalidade responder a esta dificuldade?
• - Como promover uma experiência pessoal de encontro com o Senhor e de oração para vencer o cristianismo vazio e exterior?
• - Como despertar a família para a educação dos filhos e envolver a comunidade cristã nesta missão? • - Exemplos de evangelização e encarnação nas culturas.